quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Terno de Reis I

Terno de Reis Tapes 1976 (Gaita-de-dois-canos)
Foto do arquivo pesquisas de Paixão Cortes

É variável o número de participantes de um "terno" pois nem sempre os cantadores são também instrumentistas, e isto obriga a uma maior divisão de funções. No geral, não vai além de oito pessoas: o mestre ou guia e o ajudante de mestre; contra-mestre e ajudante de contra-mestre; o tipe; o tambor; o triângulo e a rabeca.
O mestre, que é o diretor, deve não só ser um bom repentista como também um bom conhecedor da história do nascimento de Jesus, principalmente no que se refere à visita dos Reis Magos. É o mestre (em primeira voz) que inicia o canto acompanhado de seu ajudante (em segunda voz); o verso é então repetido pelo contra-mestre e seu ajudante, também em primeira e segunda voz, respectivamente.
O tiple ou tipe ou ainda tipi, é ordinariamente uma criança que se encarrega de cantar as firmatas características do segundo e do quarto verso de cada estrofe ou somente deste último. Podem existir um ou dois tipes em cada terno. Sobre esta figura assim se expressou o folclorista Mário de Andrade: "A mim me parece que o quipe que 'faz o contracanto' é o mesmíssimo 'tiple', também 'tipe' pela nossa gente folclórica, palavra de terminologia musical espanhola que nomeia o soprano (se trata dum menino) muito generalizada nas cantorias brasileiras para indicar uma voz subalterna.


Fragmento de texto de J. C. Paixão Côrtes, intitulado  "Ternos de Reis"  e  publicado no Jornal do Dia, Porto Alegre, 17 de janeiro de 1960.

Integra o livro “Terno de Reis – Cantiga do Natal Gaúcho” publicado em 1960, com 109 pgs., com fotos preto e branco, no formato 11,5 x 16 cm, volume 23 da Comissão Gaúcha de Folclore, Porto Alegre (RS).




Texto completo da revista pode ser encontrado no acesso abaixo

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