sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Paixão Côrtes em Cerro Chato....




Aline WebberAssessoria de Comunicação Social e Marketing

Foto cedida por Aline Webber

ELETROSUL INAUGURA SETOR DE MANUTENÇÃO EM SANT´ANA DO LIVRAMENTO

Unidade deve agilizar o atendimento ao sistema energético na região da fronteira.
A expansão dos serviços oferecidos pela Eletrosul no Rio Grande do Sul está alterando o quadro econômico e contribuindo para o desenvolvimento da metade sul do Estado. Com a entrada em operação da linha de transmissão Presidente Médici-Santa Cruz 1, a construção da Usina de Energia Eólica Cerro Chato – localizada em Sant´Ana do Livramento – e a implantação da interligação Brasil-Uruguai, que prevê a construção de uma subestação de 500/230kV em Candiota e duas linhas de transmissão, a empresa está alterando a logística de atendimento a metade sul do Rio Grande do Sul.
O objetivo da nova estrutura é melhorar e agilizar o atendimento ao sistema energético do Estado, especialmente na região da fronteira. O evento de inauguração do novo setor está marcado para as 10 horas do dia 17 de janeiro, próxima segunda-feira. O Setor de Manutenção é o responsável pelos trabalhos de manutenção nas linhas, sistemas de proteção e controle, equipamentos de pátio das subestações e instalações elétricas com que fazem a interligação com o Uruguai e a Argentina. A região concentra, atualmente, um dos maiores investimentos da Eletrosul no RS, como a construção do Complexo Eólico.
Além da inauguração da nova unidade em Sant´Ana do Livramento, a Eletrosul promove uma palestra com o escritor, folclorista e músico Paixão Côrtes, uma das mais importantes figuras do tradicionalismo gaúcho, além de uma visita técnica à obra da usina eólica (informações abaixo).
O empreendimento - A construção das usinas eólicas – cuja conclusão deve acontecer no segundo semestre de 2011 – representa investimentos de R$ 400 milhões e a geração de 1.300 empregos diretos e 1.800 indiretos. Ao todo serão 90MW, capazes de produzir energia suficiente para abastecer uma cidade com 660 mil habitantes. A obra é resultado de uma parceria formada pela Eletrosul (com 90%) e pela Wobben (10%), subsidiária no Brasil da alemã Enercon, uma das maiores empresas mundiais de tecnologia para aerogeradores.
A usina contará, ainda, com uma subestação coletora em 230kV e uma linha de transmissão que levará a energia produzida até a Subestação Livramento 2, a partir da qual será distribuída para o Sistema Interligado Nacional.
Tradição e modernidade - O folclorista e compositor João Carlos Paixão Côrtes, nascido na localidade Cerro Chato em 1927 e referência do tradicionalismo gaúcho, fará uma palestra no dia 18/01 (terça-feira) às 17h30min na Câmara de Vereadores de Sant´Ana do Livramento .
Visita à obra de construção da Usina Eólica Cerro Chato - Na quarta-feira (dia 19/01), a partir das 8h30min, acontece uma visita técnica ao empreendimento. Estarão presentes a diretoria da Eletrosul, autoridades e imprensa. A visita contará, ainda, com a participação do folclorista Paixão Côrtes. Haverá transporte saindo do escritório da Usina (rua Rivadávia Correia, 1.271 – Centro).

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Paixão e as a Vozes do Rádio

Depoimento ao Projeto Vozes do Rádio do Jornalismo Famecos PUCRS, no ano de 2000.




Em primeiro de maio de 1955, ainda na rádio Farroupilha, Augusto Vampré diretor da emissora, convidou-o a apresentar um programa de auditório de caráter puramente regional. Paixão chamou o amigo Darci Fagundes, com quem formou uma dupla. Juntos lançaram o programa Grande Rodeio Coringa, que foi ao ar até 1957 e reformulou toda a história da fonografia riograndense, na comunicação dos temas regionais, abrindo caminho para músicos, cantores e compositores populares.




Há 40 anos, meados da década de 50, existiam apenas cinco músicas gauchescas catalogadas. Essa pobreza de sons moveu Paixão Côrtes a promover novos grupos musicais. Em seus programas foram lançados Os Gaudérios, o conjunto vocal Farroupilha e outros. O comunicador viajava com freqüência para pesquisar e identificar novos valores, liderando um processo de desenvolvimento da cultura regional.





Abaixo pode ser acessado o depoimento completo de Paixão Côrtes, podendo ser ouvido parte deste com programa adequado.

http://www.pucrs.br/famecos/vozesrad/paixao.htm

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

FOI ASSIM, HÁ TEMPOS ATRÁS ...


Recordo-me bem. Findava 1950. Viajara de ônibus a Osório. Dali até a Vila Maquiné, na carroceria de um caminhão de carga e chegara, com a boca da noite, à Sanga Funda em uma carroça colonial puxada por dois burricos...

A exaustão pialou-me, e o cansaço atirou meu corpo em uma tarimba.

Senti então o trepidar dos bondes, as buzinas roucas nas esquinas; o apitar das fábricas; rodei por encrespadas coxilhas e por horizontes fechados; matei a sede na guarapa dos canaviais; ouvi "causos-marinheiros" - da Lagoa dos Barros; enxerguei o colar alvo do mar e pescador a falar, cantando; colori os olhos na fartura das lavouras da Encosta da Serra e provei o vento salgado que amenizava a fornalha daquele 31 de Dezembro.

A noite inteira se sucederam imagens como estas, bem distintas daquelas que habitualmente vê um homem da fronteira, como eu.

Mas o silêncio do alvorecer, embalado pelo sussuro da Sanga Funda e do canto da mata, quebrou-se. Era uma música estranha, com sabor de cantochão, que se misturava ao perfume silvestre do meu colchão de pasto e, o aroma gostoso de um travesseiro de marcela.

Vozes ásperas, como de quem trabalha na enxada, mas afinadas como batidas de araponga, cantaram assim:


"Agora mesmo cheguemo
Na beira do seu terrero
Para tocá e cantá
Licença peço premero"

Tentei me refazer do sonho, quando senti que a noite me roubara um ano...
"Acordai se estás dormindo
Neste sono tão profundo
Nõs andamos festejando
Ano-Novo neste mundo"

Assim, ouvi, pela primeira vez, um autêntico Terno. Fiquei fascinado pela beleza rústica da maneira de cantar e o profundo sentimento cristão, que brotava dos corações daqueles homens simples do Litoral, a cada verso que lhes vinha à boca.


Em minha infância, já ouvira, da minha avó, algumas quadrinhas. E encontrara referências vagas na literatura regional. Mas, ali estava eu diante de um autêntico Reses...


Daquele primeiro de janeiro de 1951, comecei a tirar este TERNO DE REIS, que vos apresento.

Extraído do livro “Terno de Reis – Cantiga do Natal Gaúcho” (1960) de J.C. Paixão Côrtes

Jornalista Reverbel e familia recebendo o Terno Tropeiros da Tradição - meados da década de 50. Foto arquivo de pesquisa Paixão Côrtes.

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Cultura popular preserva Reis e louvaçoes





Texto de Edison Moiano, com fotos de José Ernesto/CP Memória e do arquivo de pesquisas de Paixão Côrtes, publicado no Caderno Cidades do Correio do Povo em 28/12/2009.


sábado, 1 de janeiro de 2011

Tirando Reses no Natal Pampeano

Dando continuidade ao seu trabalho de pesquisa e divulgação do Ciclo Natalino, que iniciou no primeiros anos da década de 50 do século passado, e que gerou registros em filme e fotografia, de horas de gravações, o recolhimento de centenas de quadrinhas populares, artigos em jornais e revistas, e os livros "Terno de Reis - Cantiga do Natal Gaúcho" (1960) e "Natal Gaúcho e os Santos Reses" (1982), Paixão Côrtes, como já havia feito com o opúsculo “Reses” – Cânticos do Ciclo Natalino Rio-grandense nos anos de 1979, 1980 e 1981, elaborou a publicação "Tirando Reses no Natal Pampeano" (2000) com base nestes textos e incluindo documentos de pesquisas mais recentes.



Tirando Reses no Natal Pampeano -  O autor apresenta o ciclo natalino no Rio Grande do Sul, a origem do Ternos de Reis e do Papai Noel, os Ternos de Reis, Temporão e de Atiradores, as etapas da visita de um Terno de Reis, Presépio, Pastorinhas. Apresenta quadrinhas e a partitura de  Terno Cancioneiro Celeste do Mestre Jorge Rosa recolhido, em Gravataí, pelo autor. Publicado em 2000, com 20 pgs., no formato 15 x 21 cm, patrocinada pelo Shopping Iguatemi, Porto Alegre (RS).

Esta publicação integra o Projeto Mogar II - MOmento Gauchesco Artístico-Cultural Rio-Grandense, no qual o folclorista vêm distribuindo gratuitamente suas edições a grupos que tenham em seu programa de ação, a preservação da cultura gaúcha.

Dentro deste espírito, no "Galpão do Nativismo" da Rádio Gaúcha, brilhantemente liderado pelo apresentador Dorotéu Fagundes, disponibilizou, para aqueles Mestres de Terno que ligarem para o programa, o recebimento de um exemplar do "Tirando Reses no Natal Pampeano".

Para quem quer conhecer fragmentos desta publicação poderá acessar o sítio